Estímulos visuais são estressantes para o cérebro. Aprenda a relaxar!
09/07/2019 0 Por Prof. Leandro Rhein e Maria Amélia FrancoCada caso é um caso e não existe receita de bolo para a neuroreabilitação visual. Cuidado com isso! Mas tem uma coisinha que é coringa e ajuda muito… Hoje vamos compartilhar uma técnica de relaxamento sem contraindicações e que faz toda a diferença.
Você pode conhecer caminhos, ideias e, no papel de familiar ou cuidador, receber a orientação profissional para o tratamento da criança. Mas cada vez mais vemos técnicas baseadas em estímulos, estímulos e mais estímulos.
Os pais se frustram porque de repente a criança fica agitada, exausta… e parece que nada funciona mais. Daí dão um tempo e, depois, outro dia, retomam e conseguem uma melhor resposta para aquela mesma atividade. Sim, estímulos estressam o cérebro!
Você já ouviu falar ou passou por isso?
Talvez sim, mas é provável que não tenham falado para você sobre o relaxamento na estimulação visual. Muito menos sobre qual a melhor modulação quanto à liberação ou inibição de neurotransmissores responsáveis por cerca de 80% das funções cerebrais, que são visuais, perceptivas.
Pouco se fala disso. O principal aspecto é que muitos pacientes atingem um platô e entende-se que a criança atingiu seu máximo potencial de desenvolvimento, ou que a patologia tem esse prognóstico mesmo.
Na Neurovisão buscamos entender o papel da bioquímica no organismo. Um conhecimento que deveria ser de todos é a importância do relaxamento após sessões de estimulação visual, terapia visual e outras situações de esforço contínuo e estresse das vias visuais (sempre cheio de contrastes e luzes). Mas não é pelo simples relaxamento, tem um contexto fisiológico que explicaremos.
Estímulos visuais deixam radicais livres “poluindo” o cérebro…
Quando usamos/estressamos a visão, produzimos fosfenos (que são radicais livres, que causam fenômenos entópticos conhecidos como clarão ou fagulhas luminosas). Em compensação, precisamos de antioxidantes para eliminá-los das vias visuais, desde a camada de células ganglionares do epitélio pigmentar da retina até a área V5 – pode-se dizer que é praticamente toda a via visual primária.
Para combater e reagir bioquimicamente com esses compostos oriundos do fósforo deveríamos ter uma dieta rica em magnésio, vitamina C e ômega 3. Hoje em dia isso é complicado, diante da alimentação inadequada, com corantes bioquímicos e afins, associações de alimentos muitas vezes ruins… além do estresse que influencia na liberação de cortisol, e do excesso de exposição à luz dos dispositivos eletrônicos. Ou seja, existe uma liberação de fosfenos mais intensa e difícil de combater apenas com a alimentação.
Daí vem a melatonina atuar na “limpeza”
Na Neurovisão percebemos a importância da melatonina, produzida pelo próprio corpo (na glândula Pineal) e que pode ajudar a combater todo esse estresse visual naturalmente.
A melatonina é conhecida por ser um neuro-hormônio liberado quando dormimos e que atua no nosso ciclo circadiano (relógio biológico). Porém várias frentes de estudos já revelam que é mais que isso!
Ela tem um efeito neuroprotetor e antioxidante, estabilizando a atividade elétrica do sistema nervoso central e ajudando no equilíbrio homeostático. Ou seja, ajuda a regular as funções do nosso organismo.
Como desencadear tudo isso?
Queremos que você conheça o Palming, uma técnica de relaxamento que é centenária. Porém, o indicamos com alguns cuidados adicionais, baseando-se nos benefícios da melatonina.
Mantenha o ambiente escuro, com a luz apagada e as cortinas fechadas, e coloque uma máscara gelada sobre os olhos, impedindo a sua abertura e qualquer entrada de luz pelas frestas.
O objetivo é “enganar” o cérebro mostrando por meio das vias visuais que está tudo escuro e está na hora de dormir. Ainda que um dormir consciente, um dormir “acordado”. A partir do 7º. minuto a glândula Pineal começará a produzir melatonina. Quanto mais tempo executando o Palming, maior a produção de melatonina que reagirá com os fosfenos e outros radicais livres liberados durante a estimulação ou terapia visual.
É um relaxamento global e sem contraindicação. Na prática, percebemos que o ideal é usar por tempo superior a 10min e em crianças com paralisia cerebral ainda mais tempo.
Comece a adotar hoje em sua terapia e no seu dia a dia e verá resultados sólidos, não passageiros. Depois conte sua experiência aqui nos comentários!
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Sobre o Autor
Prof. Leandro Rhein é apaixonado pela neurociências e possui dezenas de livros publicados sobre Neurovisão. Atua com reabilitação visual em baixa visão, neurovisão, esclerose múltipla, TDAH/DISLEXIA, ambliopia e nistagmos, ministrando treinamentos e aulas em pós-graduação. Maria Amélia Franco é administradora, comunicadora, pesquisadora sobre visão e aprendizagem e idealizadora deste Blog