Oftalmopediatra: com que idade e frequência consultar?

10/11/2016 0 Por Maria Amélia M. Franco
Oftalmopediatra: com que idade e frequência consultar?

A rotina de cuidados com as crianças parece não ter fim. Não tem mesmo! E tem um cuidado especial que pode fazer toda a diferença no desenvolvimento dos pequenos… Nem sempre considerado importante, o exame de vista com o oftalmopediatra deve ter toda a sua atenção!

Em uma pessoa saudável o sistema visual se desenvolve fortemente no primeiro ano de vida, evoluindo até que entre 5 e 7 anos de idade a visão seja completa. Por volta dos dez anos, esse sistema é considerado maduro.

Os primeiros 18 meses de vida é o período mais relevante do desenvolvimento da visão e também quando há melhores resultados no tratamento de problemas oculares que venham a ser detectados.

Por isso, é importante que você programe ou oriente os responsáveis a realizar a visita ao oftalmologista periodicamente para acompanhamento. E se possível, dê preferência a um oftalmopediatra.

Para você ficar mais alerta, aqui você vai saber desde o nascimento a frequência recomendada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, que varia conforme fatores gestacionais, genéticos e faixa etária.

O que o oftalmopediatra observa nos exames de vista?

O oftalmologista pediátrico faz uma avaliação completa em cada exame de vista. Ele verifica, sobretudo, de acordo com a idade

– o aspecto externo dos olhos (pálpebras, cílios, conjuntiva, córnea, íris e pupila),
– a transparência dos meios oculares,
– os movimentos dos olhos e o acompanhamento visual (se há estrabismo, por exemplo),
– a capacidade de fixação, de convergência e de acomodação.

E ele ainda afere o campo visual, se a criança enxerga com nitidez (acuidade visual) ou se há problemas refrativos como miopia, astigmatismo e hipermetropia.

Veja quais exames devem ser feitos nesta publicação especial, conforme recomenda a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica.

Eu não fazia ideia de que não podia ver normalmente até por volta dos sete anos.
Vivia entre imagens e cores vagas que eram embaçadas, como se uma névoa as envolvesse.
Mas pensava que era assim que todas as demais pessoas viam o mundo. 

Sheila Hocken,

escritora, em Os olhos de Emma (1977)

Afinal, com qual idade e periodicidade fazer exames de vista?

É importante refletir sobre a deficiência visual na infância. Ela tem um alto impacto na vida da criança e de quem se dedica aos seus cuidados no dia a dia, se avaliado o tempo de vida que há pela frente.

O diagnóstico precoce, pelo oftalmopediatra, de problemas que afetam a saúde dos olhos na primeira infância é o melhor caminho. Dessa forma, é possível uma efetiva correção ou ter melhores condições de reabilitação da visão.

Assim, menores são as chances de atraso no desenvolvimento físico, neuropsicomotor, educacional e os prejuízos à qualidade de vida.

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Recém-nascidos

O teste do olhinho (teste do reflexo vermelho – TRV) é o primeiro exame clínico de visão que deve ser realizado no bebê logo que ele nasce.

Ele permite verificar sinais de opacidade dos meios oculares (do cristalino, da córnea e do vítreo). É como, muitas vezes, são diagnosticados a catarata, o glaucoma e o retinoblastoma, entre outras patologias comuns na infância.

Geralmente é realizado pelo pediatra antes da alta da maternidade. Depois, recomenda-se que o teste do olhinho continue sendo feito nas consultas regulares com o oftalmopediatra também. Mas como ainda não é uma prática em todo o país, é preciso atenção!

No caso de prematuros, o primeiro exame deve ser feito entre quatro e seis semanas de vida pelo oftalmologista. Se ainda permanecer hospitalizado, a avaliação deve ser feita na unidade neonatal. Após este exame, serão decididos a frequência das reavaliações e como será o acompanhamento durante todo o primeiro ano de vida.

Bebês prematuros admitidos em unidades de tratamentos intensivos ao nascimento têm maior risco de desenvolver doenças oculares. Se não diagnosticadas e tratadas precocemente, podem causar cegueira ou visão subnormal. São exemplos a retinopatia da prematuridade, erros refrativos (grau), estrabismo e comprometimento do sistema nervoso central.

De 0 a 2 anos

Até os dois anos de idade, os olhos da criança devem ser examinados pelo oftalmopediatra ao menos duas vezes ao ano, semestralmente; ou até três vezes, conforme fatores de riscos gestacionais, predisposições genéticas e outras condições relacionadas ao histórico familiar (crianças com casos de estrabismo ou de grau elevado de erros refrativos na família, por exemplo).

Entre os principais fatores de riscos avaliados estão a idade gestacional ao nascimento, a desnutrição da gestante, o uso drogas e a ingestão de álcool durante a gravidez.

Além disso, a incidência de doenças virais e bacterianas (como sarampo, meningites, encefalites) e de infecções na gestação (rubéola, sífilis, AIDS, toxoplasmose e citomegalovírus).

A partir dos 2 anos

Crianças com mais de dois anos de idade devem consultar o oftalmopediatra ao menos uma vez ao ano. Nessas consultas periódicas deve ser feito um check-up completo da visão, até completarem dez anos. Nessa idade a visão já está plenamente desenvolvida.

Mas, se durante os exames de vista anuais de rotina for verificada alguma alteração ocular, a periodicidade deve seguir conforme a recomendação do oftalmologista. Ele indicará o tratamento e como realizará o acompanhamento da evolução do paciente.

Frequência indicada dos exames de vista em crianças

Lembre-se: o ideal é sempre observar a criança e, quando houver qualquer sinal de problema nos olhos, levá-la ao oftalmologista pediátrico.

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