Aprenda a decorar o tampão ocular para incentivar a criança...
Read MoreHoje você vai entender por que não querer usar o tampão nem sempre é simples birra da criança. Compreender o que acontece com ela quando o olho está ocluído pode mudar tudo!
Você terá mais confiança para dialogar com a criança, demonstrando que realmente sabe pelo que ela está passando. Mesmo para lidar com os bebês. E isso mudará todo o seu discurso e sua atitude, indo além do “ tem que usar porque é bom pra você”.
Eu prometi que mostraria como decoramos os tampões aqui em casa de forma beeeem fácil e contaria como fazemos essa rotina acontecer. Confesso que isso também ajuda um monte! Mas, antes, eu preciso falar sobre por que usar tampão não é legal.
Tampão ocular só incomoda? Ou aquela birra tem um fundo de razão?
Você demonstrar que entende a criança é um caminho amigável para que ambos valorizem o tratamento com o tampão ocular. Mas você realmente entende?
Nem sempre é simples birra ou um incômodo qualquer.
Lembre-se, quando a criança usa o tampão ocular no “olho bom” ou no olho com melhor acuidade visual, ela passa a enxergar com o seu “olho ruim”. Ou seja, o olho com maior dificuldade de ver. Isso quer dizer ela possa estar vendo tudo embaçado, sem nitidez de contornos e formas. Até mesmo com menor percepção de contrastes e de nuances de cores. Portanto, ela enxerga bem pior usando tampão no olho com melhor visão!!!
Dependendo do tipo de patologia diagnosticada, as dificuldades são maiores. Ela pode ter pontos cegos, causados por cicatrizes oculares que afetam a visão central e/ou periférica.
Coisa de doido!
Faz algum sentido para você ter que ver pior para ver melhor? Pois é exatamente esta a proposta do uso do tampão. Fazer o olho que não enxerga aprender a ver. Para isso, o olho que enxerga melhor tem que ser tampado, senão ele vai naturalmente ser dominante e não vai dar chance do outro olho trabalhar.
Mesmo que tenha uma visão boa em ambos os olhos e use o tampão no tratamento de alguns tipos de estrabismos, ela vai ter dificuldades naturais à visão monocular.
Com um olho ocluído, ela tem o seu campo de visão periférico reduzido e a noção de profundidade, lateralidade e distância limitada.
Já pensou? E isso tudo dependendo do seu pior olho! Tente, você pode ter uma ideia se experimentar usar o tampão uma vez (imagino que já tenha feito isso).
Isso quer dizer que ao usar o tampão ocular é natural que a criança tenha dificuldades para andar, subir e descer escadas, jogar bola e desenvolver outras brincadeiras bem comuns à vida doméstica e escolar. Mas com o tempo, ela pega o jeito e nem vai parecer que está de tampão.
Por isso, não adianta vir com a conversinha para cima da criança de que “tem que usar, é bom para você”. Bom em que sentido? O discurso é outro…
“Eu sei que é chato, que está difícil enxergar e fazer as coisas… mas você vai conseguir brincar e fazer tudo que você faz, mesmo com o olho tampado. É um desafio só para crianças fortes e valentes, como você. Mas precisa treinar para ficar bom! Então, do que brincaremos hoje para treinar esse olhinho?”
Crianças maiores, além de tudo isso, encrencam que usar tampão além de chato é feio (Ok! Isso a gente contorna com uma decoração bem linda ou divertida, que eu mostro no próximo post). As pessoas desviam o foco do “problema” para o “design e o estilo”.
Ouço ou leio muitos relatos das dificuldades dos pais nessa missão, mas também muitos casos que depois de um tempo a rotina de tampão deu certo. Então, foco e fé!
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Os pequeninos vão entender?
Ah… a criança é muito pequena para entender? Pode ser, mas uma hora ela vai compreender que é preciso, a partir da sua atitude.
A Suellen, que colabora aqui no blog, revela que não é fácil para os pais, tampouco para os terapeutas.
Ela explica que alguns bebês choram com o tampão. Não aceitam, mas não conseguem tirar. Então, não tem jeito senão aguentar o choro e manter a calma para seguir com a terapia/tratamento, tentando distraí-lo com os estímulos. Persistência é a única saída. Não é fácil, sem dúvida. Mas a tendência é que o comportamento melhore.
Já as crianças maiorzinhas conseguem tirar o tampão. De tanto arrancar machucam a pele (cuidado). É frustrante para ela usar o tampão. O caminho é conversar, tentar acalmar, mostrar que quanto mais tirar, mais dodói faz, e insistir recolocando o tampão porque é necessário. Prepare uma caixa de tampão para gastar quantos forem. Se a criança tira, você explica (mesmo que pareça não entender, tom de voz firme, sem gritar) e coloca de novo. Assim vai, quantas vezes for necessário. Até que ela entenda que não vai “vencer” você (ou entenda que já lhe venceu, o que pode ser um caminho sem volta…)
Isso exige da criança pequenas doses de autocontrole diárias que devem ser recompensadas ao estar junto, brincar e dar muito carinho e ao reconhecer seu esforço. Isso vale inclusive para os mais velhos. É o binômio esforço – recompensa que se estuda tanto na neurociência.
Assim, busque sempre distrair com atividades lúdicas, que a ajudem a desviar a atenção do tampão para a estimulação ou brincadeiras.
É um processo, que não acontece do dia para a noite
Às vezes acontece, mas são raras exceções… Portanto, se prepare psicologicamente para aguentar choro, birra, criança se jogando no chão e se recusando a colaborar em tudo que é relacionado a sua rotina.
Essas dicas da Suellen retratam suas experiências em consultório e com os familiares. Enfim, os pais, os avós, os cuidadores e a terapeuta devem estar alinhados e unidos no propósito. Não têm fórmula mágica! Ah… Sim, requer disponibilidade. Se não a sua, a de quem estiver cuidando da criança no momento.
Em qualquer idade, sobretudo, o diálogo, o amor e a autoridade andam juntos nessa missão! E principalmente: a recompensa por tamanho esforço precisa ser clara. Isso não quer dizer presentes, mas reconhecimento!
Tem mais dicas sobre tampão!
Agora, acesse abaixo o que já publicamos para ajudar você no tratamento: conheça algumas dicas incríveis para melhorar o conforto com o tampão ocular e aprenda como estabelecer uma rotina de uso do oclusor que vai melhorar a adesão da criança ao tratamento.
Ela notará seus esforços para tornar o tratamento mais fácil e, com isso, você também poderá cobrar mais colaboração e uma atitude mais positiva.
A você, meu desejo sincero de sucesso no tratamento. Depois, compartilhe sua história abaixo nos comentários, lá no fim da página.
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Read MoreSobre o Autor
Acredito que a informação transforma vidas, e assim nasceu este blog: um projeto pessoal, que tornou-me uma pesquisadora incansável sobre visão e aprendizagem. Hoje sou neurorreabilitadora visual e visuopostural. Tenho ambliopia e isto me motiva ainda mais! Estudando o universo da neurovisão, quero ajudar pais, terapeutas e professores com medidas importantes nos cuidados com a saúde ocular, o desenvolvimento visual e a baixa visão na infância. Saiba mais sobre a autora.